sábado, 4 de abril de 2009

Identidade Cultural
O Brasil é um país muito rico em acervo cultural, mas é de fundamental importância conhecê-lo, para que possamos compor a identidade de nosso povo. É através destas manifestações folclóricas, que mantêm vivas as tradições e costumes de um povo, preservando deste modo, sua identidade para futuras gerações.

São João do Maranhão

Não há quem não se contagie com a alegria das festas juninas, É no Maranhão que irrompem teatrais, inspiradoras, videntes e iluminadas. É muita dança e brincadeiras, regadas à comidas típicas e bebidas afrodisíacas como o quentão e o ponche à brasileira. Passar o mês de junho sem sem conhecer o acervo cultural do folclóre Maranhense e deixar de "pipocar" nestas animadas festividades, é deixar de viver momentos felizes de pura descontração. As festas juninas têm o poder mágico de reavivar velhas tradições, reforçar nossos laços de origem e recriar no presente, a caminhada de nossos antepassados. Aliadas ao magnífico espetáculo que nos oferece a natureza, elas têm se tornado um produto turístico cada vez mais atraente, geradoras de empregos, que propiciam um rápido crescimento da região onde elas ocorrem.

E com o objetivo de contribuir para a cultura Maranhense a Companhia Folclórica Sotaque surgiu com uma proposta inovadora, de representar a diversidade cultural na forma de rítmos e danças folclóricas apresentadas em um só espetáculo.

História da Cia. Sotaque
Sabendo que a cultura maranhense está marcada por sua diversidade étnica e o São João possibilita momentos prazerosos, a comunidade do bairro do Lira incorpora um representante junto a cultura, a CIA FOLCLORICA SOTAQUE, que foi fundada em l8 de julho de 2000, é formada por uma diretoria composta de oito membros, e composta por 80 (oitenta ) integrantes entre artistas, músicos, dançarinos, desportistas e percussionistas, dando uma verdadeira contribuição para cultura maranhense. Que traz em suas apresentações danças envolvente com ritmos alegres e contagiantes, e em sua vestimenta uma mistura de cores e brilhos mostrados em um belo espetáculo de dança e encenação. No Maranhão, o Bumba-meu-boi delimita um universo rico e pujante, que mistura lazer, trabalho, compromissos, festas, artes, ritos, mitos, performances, crenças e devoção. Envolve milhares de maranhenses ao longo de seu ciclo festivo, que se estende durante quase todo o ano, embora seu período de maior ebulição esteja concentrado no mês de junho. Em linhas gerais, consiste na brincadeira que faz dançar, cantar e tocar, o que faz Ser ponto alto no espetáculo da Cia. Onde o universo do bumba-meu-boi comporta diversos sotaques ou estilos de brincar: sotaque da ilha, sotaque de zabumba, e sotaque da baixada... Cada sotaque engloba uma série de grupos com determinadas características que os aproximam entre si e os separam de outros grupos pertencentes a outro sotaque; todos os sotaques, contudo, são vistos como partes, ou aspectos, de um mesmo fenômeno cultural. A Cia. Folclórica Sotaque, também mostra em seu espetáculo o Cacuriá, a dança do coco, dança da quadrilha e o tradicional Divino Espírito Santo, realizando um espetáculo de danças folclóricas e religiosidade. Freqüentemente cultura tem sido compreendida como sinônimo de arte, arte essa que nós expressamos através da dança e das musicas que fazem parte do vasto repertório dos nossos cinco “CDs”.
A Companhia Folclórica Sotaque
No universo da cultura Maranhense, a Cia. Sotaque está englobada nos grupos parafolclóricos: estes grupos, chamados parafolclóricos, não têm um sotaque definido e fazem uma mistura de todos os sotaques, tanto na indumentária quanto no ritmo, mostrando toda a beleza da arte popular do Maranhão.
Sotaques: O bumba-meu-boi faz-se representar no que é comumente designado por sotaques, ou seja, o estilo individual de cada grupo, o seu ritmo característico, e que varia conforme o gosto estético da concepção, organização e formas de apresentação. O ritmo, o bailado, os instrumentos, as indumentárias, as toadas e o auto é que identificam um grupo do outro, mesmo quando são do mesmo conjunto.
Sotaque da Ilha
Boi de Matraca: este estilo é originario e exclusivo da Ilha de São Luís, conhecido também como Boi da Ilha. O elemento étnico que mais se sobresai neste sotaque é o índio. Estes são grupos que têm destaque, entre seus intrumentos de percussão, a matraca: dois pedaços de pau rústico que batidos freneticamente, repenicando, um no outro, obedecendo a um ritmo peculiar produz som vibrante e contagiante. Além das matracas há também os pandeiros, tambores-onças e maracás. Os pandeiros são compostos de uma circunferência de madeira fina, com altura mais ou menos de quatro dedos, cobertos com couro de boi ou de cabra. Interessante é a afinação desses pandeiros. Seus portadores, durante as noitadas, em todas as paradas, fazem fogueiras com o que encontram pela frente(papel, cascas, lenha etc.) e passam a afinar com o calor: o caboclo vai batendo até conseguir o som ideal, para entrar no ritmo dos companheiros. O tambor onça é um cilindro de estrutura de flandres ou de madeira, tendo uma das extremidades coberta de couro. Ao centro da coberta para dentro, e fixado um bastão: funciona com o tocador colocando azeite, água ou mesmo cuspindo na mão. Muitas vezes, utilizam um pano, se não a propria mão, deslizando no bastão para cima e para baixo, produzindo um " urro" semelhante ao de onça. Os maracás são feitos de flandres com cabo, contendo grãos de chumbo ou algo similar, tendo os mais variados tamanhos e tipos. Este instrumento é somente para os amos, vaqueiros ou rapazes.Destacam-se nesse sotaque os Bumbas: Madre Deus, Maioba, Iguaíba, Maracanã, Ribamar, Mata, Tibiri, etc. Os caboclos reais, que representam os índios guerreiros, são bem característicos deste sotaque e os grupos sao batalhões pesados (muitos integrantes).
Sotaque da Baixada
Boi de Pindaré: com características bem indígenas, e quase o estilo de matraca: apenas o ritmo é mais lento; os pandeiros são menores e o estilo das fantasias reflete a predominancia indígena. Os chapéus dos rajados são bem grandes e o ritmo lembra o lamento de um pajé em plena festa de uma aldeia indígena. O bailado também é essencialmente indígena. Os cazumbás, figuras fantasmagóricas e também engraçadas, representam os espíritos da floresta que ajudam a ressuscitar o boi. As máscaras têm características africanas; os grupos deste boi são normalmente pesados e sua origem é a baixada maranhense.
Sotaque de Zabumba
Boi de Zabumba: Originário do litoral ocidental Maranhense, provavelmente da região de Guimarães. Tem uma predominância negra nas sua características. Esta denominação vem dos tambores bombos, chamados zabumbas. São tambores que possuem, mais ou menos, meio metro de altura, feitos atualmente de madeira (compensado), amparados por uma forquilha. Cada tocador ("musgo") carrega sua zabumba e o descanso. Alem dos bombos, há os pandeirinhos ou repinicadores, que são pandeiros menores do que os de sotaque de matraca, com a mesma estrutura, e também os maracás. Os grupos vão com poucos integrantes e o boi e o menor de todos. Também discute-se se os bois de zabumba são dos mais antigos e originais do Maranhão.
Divino Espírito Santo
É provável que o costume de festejar o Espírito Santo tenha chegado ao Brasil já nas primeiras décadas de colonização. Hoje, a festa do Divino pode ser encontrada em praticamente todas as regiões do país, do Rio Grande do Sul ao Amapá, apresentando características distintas em cada local, mas mantendo em comum elementos como a pomba branca e a santa coroa, a coroação de imperadores e a distribuição de esmolas. Maranhão No Maranhão, o culto ao Divino Espírito Santo provavelmente teve início com os colonos açorianos e seus descendentes, que desde o início do século XVII começaram a habitar a região. Em meados do século XIX, a tradição da festa do Divino estava firmemente enraizada entre a população da cidade de Alcântara, de onde teria se espalhado para o resto do Maranhão, tornando-se muito popular entre as diversas camadas da sociedade, especialmente as mais pobres. Hoje, a devoção ao Divino é uma das mais importantes práticas religiosas do Maranhão e cada uma das muitas festas existentes no Estado mobiliza várias centenas de pessoas. Embora a festa do Divino possa envolver gente de todos os extratos sociais, quase todos os participantes são pessoas humildes, de baixo poder aquisitivo, que se esforçam para produzir uma festa rica e luxuosa, onde não podem faltar as refeições fartas, a decoração requintada e caras vestimentas para as crianças do império (ver abaixo). Por se tratar de uma festa longa, custosa e cheia de detalhes, sua preparação e realização levam vários meses e envolvem muita gente, construindo assim uma grande rede de relações entre todos os participantes. Em São Luís e em diversas outras cidades maranhenses, a festa do Divino é estreitamente identificada com as mulheres, e em especial com as mulheres negras ligadas às religiões afro-brasileiras. Esse fato distingue a festa no Maranhão das festas do Divino realizadas em outras regiões do país e lhe dá uma feição bem particular. Com exceção de algumas festas como a de Alcântara, organizada com o apoio de autoridades locais e sem vínculos com terreiros, a grande maioria das festas do Divino no Maranhão é realizada em casas de culto, onde a presença feminina é dominante. Toda a festa do Divino gira em torno de um grupo de crianças, chamado império ou reinado. Essas crianças são vestidas com trajes de nobres e tratadas como tais durante os dias da festa, com todas as regalias. O império se estrutura de acordo com uma hierarquia no topo da qual estão o imperador e a imperatriz (ou rei e rainha), abaixo do qual ficam o mordomo-régio e a mordoma-régia, que por sua vez estão acima do mordomo-mor e da mordoma-mor. A cada ano, ao final da festa, imperador e imperatriz repassam seus cargos aos mordomos que os ocuparão no ano seguinte, recomeçando o ciclo. A festa se desenrola em um salão chamado tribuna, que representa um palácio real e é especialmente decorado para este fim. A abertura e o fechamento desse espaço marcam o começo e o fim do ciclo da festa, durante o qual se desenrolam as diversas etapas que, em conjunto, constituem um ritual extremamente complexo, que pode durar até quinze dias: abertura da tribuna, busca e levantamento do mastro, visita dos impérios, missa e cerimônia dos impérios, derrubamento do mastro, repasse das posses reais, fechamento da tribuna e carimbó de caixeiras. Entre os elementos mais importantes da festa do Divino estão as caixeiras, senhoras devotas que cantam e tocam caixa acompanhando todas as etapas da cerimônia. As caixeiras são em geral mulheres negras, com mais de cinqüenta anos, que moram em bairros periféricos da cidade. É sua responsabilidade não só conhecer perfeitamente todos os detalhes do ritual e do repertório musical da festa, que é vasto e variado, mas também possuir o dom do improviso para poder responder a qualquer situação imprevista.
Dança do Cacuriá
O cacuriá é uma dança típica do estado do Maranhão, no Brasil, surgida como parte das festividades do Divino Espírito Santo, uma das tradições juninas. A dança é feita em pares com formação em círculo, o "cordão", acompanhada por instrumentos de percussão chamados caixas do Divino (pequenos tambores). No final da Festa do Divino Espírito Santo, após a chamada derrubada do mastro, as caixeiras do carimbó podem descansar. É neste momento que elas passam à porção profana da festa, com o cacuriá. A parte vocal é feita por versos improvisados respondidos por um coro de brincantes. O ritmo é uma derivação do carimbó maranhense. Inicialmente, o cacuriá era praticado unicamente com as caixas, mas aos poucos foi-se acrescentando outros instrumentos, como banjo, violão, clarinete e flauta.
Dança da Quadrilha
Desde do século XIII, a festa de São João portuguesa chama-se "joanina" e incluía os santos: Santo Antônio ( 13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho). Já a quadrilha, tão apreciada e cantada nestas festas é uma dança francesa que tem suas raízes nas contra-danças inglesas (contry dance= dança rural) e surgiu no final do século XVIII. Esta dança desembarcou no Brasil com a família real portuguesa em 1808. Só a alta sociedade da época, divertia-se em suas recepções ao som da quadrilha.
Dança do Coco
O coco é um ritmo originário de Pernambuco. O nome refere-se também à dança ao som deste ritmo. Coco significa cabeça, de onde vêm as músicas, de letras simples. Com influência africana e indígena, é uma dança de roda acompanhada de cantoria e executada em pares, fileiras ou círculos durante festas populares do litoral e do sertão nordestino. Recebe várias nomenclaturas diferentes, como coco-de-roda, coco-de-embolada, coco-de-praia, coco-do-sertão, coco-de-umbigada, e ainda outros o nominam com o instrumento mais característico da região em que é desenvolvido, como coco-de-ganzá e coco de zambê. Cada grupo recria a dança e a transforma ao gosto da população local. O som característico do coco vem de quatro instrumentos (ganzá, surdo, pandeiro e triângulo), mas o que marca mesmo a cadência desse ritmo é o repicar acelerado dos tamancos. A sandália de madeira é quase como um quinto instrumento, se duvidar, o mais importante deles. Além disso, a sonoridade é completada com as palmas. Existe uma hipótese que o diz que o surgimento do coco se deu pela necessidade de concluir o piso das casas no interior, que antigamente era feito de barro. Existem também hipóteses que a dança surgiu nos engenhos ou nas comunidades de catadores de coco.
Tambor de Crioula

O tambor de crioula é uma dança de roda realizada ao som de tambores feitos de troncos. Associado à devoção popular a São Benedito, é um folguedo característico da cultura negra do Maranhão. É uma dança exclusivamente feminina. Em formação circular, as mulheres desenvolvem, individualmente, sapateios e requebros sensuais que terminam com uma barrigada (chamada punga) no abdômen de outra mulher, que então inicia sua dança.